Enfrentamento da emergência climática no município de Americana é debatido em audiência pública na Câmara

A Câmara Municipal de Americana realizou na terça-feira (22)uma audiência pública para debater o enfrentamento da emergência climática no município. A audiência foi solicitada pela vereadora Professora Juliana (PT) por meio de requerimento aprovado na Casa e durante três horas foram apresentados e discutidos temas como o aquecimento global e suas consequências, medidas necessárias para interromper este processo e a importância das ações locais para a preservação da vida no planeta. O encontro contou com a participação da vereadora Professora Juliana, dos secretários municipais de Meio Ambiente, Fábio Renato Oliveira; de Obras e Serviços Urbanos, Adriano Camargo Neves, e de Desenvolvimento Econômico, Rafael de Barros; do biólogo Thiago Pietrobon e de representantes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e da sociedade civil, bem como da população que se manifestou por meio de questionamentos.

Durante o uso da palavra, Pietrobon – que participou da COP26, encontro de chefes de governo e organismos internacionais sobre o tema - revelou suas impressões a respeito da conferência do clima realizada pela ONU (Organização das Nações Unidas) na Escócia em novembro de 2021. O biólogo destacou a necessidade de reduzir a temperatura do planeta ou mantê-la em média, no máximo, 1,5 grau centígrado acima do que era registrado no período pré-industrial para evitar, por exemplo, uma mudança drástica na produção e forma de distribuição de alimentos. Hoje, essa marca está em 1,1 grau. Além disso, mencionou a necessidade de ser zerada a emissão de poluentes até 2050. “Se nada for feito, temos menos de oito anos para chegarmos a essa marca de 1,5 grau acima”, alertou, acrescentando que as cidades têm uma missão importante neste processo. “A responsabilidade do município está na adaptação do cidadão. Porque uma coisa é desacelerar esse processo, outra é adaptar as pessoas às mudanças que vieram para ficar. É o papel do poder público, da educação e de cada um de nós. O tempo não está do nosso lado e precisamos de pessoas engajadas e influenciadoras para chegarmos a essa mudança”, avalia Pietrobon.

Americana adere ao projeto Municípios Resilientes A secretaria municipal de Meio Ambiente apresentou na audiência o projeto “Municípios Paulistas Resilientes”, que tem como objetivo reunir esforços para o planejamento de medidas para reduzir os riscos e danos causados pela mudança climática. O programa é desenvolvido em conjunto pela secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do governo do estado e pelo Projeto ProAdapta, realizado por meio de cooperação técnica entre Brasil e Alemanha. Segundo os dados apresentados, Americana foi um dos treze municípios escolhidos para ingressar no projeto em função de sua participação e desempenho no programa “Município VerdeAzul”. Em documento apresentado no final de 2021, a secretaria municipal de Meio Ambiente apontou as alterações climáticas identificadas na cidade: aumento da temperatura, diminuição das precipitações (chuvas) e, ao mesmo tempo, a ocorrência de chuvas mais intensas.

Como objetivos preliminares do município diante das alterações do clima, foram definidos a diminuição dos efeitos da onda de calor frente ao aumento da temperatura; o aumento da segurança hídrica diante da diminuição das precipitações, e a redução dos alagamentos e enchentes em função das chuvas extremas. “Nós temos uma preocupação voltada ao plantio, reflorestamento urbano, coleta seletiva e cuidados com os descartes irregulares. Americana tem tido uma resposta rápida. Quando a gente fala em resiliência, temos que trabalhar as respostas rápidas, uma sintonia fina entre as secretarias porque diante do que acontece em um temporal, um vendaval, as secretarias bem alinhadas podem deixar a vida do americanense em ordem já no dia seguinte”, destacou o secretário Fábio.

Sensibilizar população e poder público Ao final do encontro, a vereadora Professora Juliana frisou que o objetivo da audiência não era apenas promover uma discussão sem resultados práticos sobre a emergência climática, mas sim motivar a tomada de ações. Para a parlamentar, é preciso buscar a sensibilização da população e do poder público em busca de soluções criativas, inteligentes e ecológicas para a redução da emissão de gases e, assim, amenizar os efeitos do aquecimento global. “A audiência foi muito produtiva porque reuniu os gestores da prefeitura, a sociedade civil e especialistas no assunto. E ficou nítido que esse é o caminho: Americana precisa implantar um comitê para trabalhar as mudanças climáticas, a exemplo de Piracicaba, e estabelecer metas, fazer investimentos. Precisa ser um trabalho contínuo e que envolva a sociedade, e essa audiência foi o primeiro passo”, afirmou Juliana no final da audiência.





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