Multinacional de Nova Odessa é investigada em esquema de fraude em perícias fecha acordo de R$ 14 milhões.

A KSPG Automotive Brazil, subsidiária da multinacional alemã do ramo de peças automotivas, fechou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) de R$ 14 milhões com o Ministério Público do Trabalho (MPT) no âmbito da Operação Hipócritas, que apurou um esquema de fraudes em perícias médicas para favorecer grandes empresas.

A companhia tem operação em Nova Odessa (SP). Segundo o MPT, os R$ 14 milhões serão pagos como indenização, mas os termos do acordo não podem ser divulgados porque estão sob sigilo.

A KSPG informou que os beneficiários titulares serão convocados individualmente para receber a indenização. "Dado o compromisso de confidencialidade, os detalhes sobre essa compensação de danos são restritos às partes envolvidas e, portanto, não podem ser divulgados."

Segundo o MPT, a KSPG compareceu "espontaneamente e contribuiu ativamente com as autoridades" durante a negociação para firmar o acordo.

A operação A Hipócritas foi deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público Federal (MPF) em 2016 e teve desdobramentos em 2017 e 2018.

Segundo a força-tarefa, peritos teriam recebido vantagens indevidas de empresas em troca da apresentação de laudos favoráveis às companhia investigadas.

Isso teria trazido "grande prejuízo àqueles que pleiteiam indenizações em reclamações trabalhistas por problemas de saúde adquiridos no trabalho", conforme o MPT.

A operação foi realizada em três etapas, entre maio de 2016 e agosto de 2018. Profissionais, entre médicos do trabalho, peritos e advogados, foram apontados por participação no esquema de corrupção nas regiões de Campinas, São Paulo e Sorocaba.

Em outubro de 2018, o MPF denunciou 24 suspeitos de envolvimento no esquema.

Segundo a investigação, os crimes cometidos tinham relação com processos trabalhistas em que os funcionários sofreram acidentes de trabalho ou contraíram doenças por causa das funções na empresa. Os peritos responsáveis criavam laudos para beneficiar empresas.

Segundo o MPT, os procuradores entraram, em 2018, com 87 ações para anular as decisões judiciais de processos em que foram utilizados os laudos falsos.

Fonte: Portal G1 Campinas





Rede Paulistana TV