MP suspeita que operador de Eduardo Cunha esteja se escondendo e pede providências à Justiça

A Procuradoria da República no Distrito Federal pediu à Justiça Federal em Brasília nova citação de Sidney Noberto Szabo apontado por investigadores como operador do ex-deputado Eduardo Cunha, preso desde 2016 no Complexo Médico-Penal de Pinhais, no Paraná.

Sidney Szabo é suspeito de atuar no "quadrilhão do MDB" e investigado neste processo, onde políticos do MDB da Câmara dos Deputados são acusados de integrar uma organização criminosa.

A TV Globo teve acesso ao pedido do Ministério Público à Justiça. O MP pede nova citação de Sidney Szabo sob pena de prisão, caso ele não seja localizado. O MP suspeita que o operador esteja se escondendo.

Os procuradores do caso relatam que no dia 23 de maio oficiais de Justiça foram ao endereço atribuído ao operador e receberam a informação da ex-mulher dele de que ela não sabia onde ele estava e que Szabo não morava mais no local.

"Essa informação (de que desconhece o lugar em que se encontra o réu), dita pela ex-esposa do citando, traz os elementos necessários para se suspeitar de que o réu oculta-se para não receber a citação", afirma o MP no pedido à Justiça.

Segundo o Ministério Público, após "diversas tentativas frustradas de citar o réu", "se conseguiu achar alguém no local, esta pessoa não sabe nenhuma informação sobre o paradeiro do réu, apesar de ser ex-esposa".

O MP suspeita de que a ex-mulher de Sidney tenha sido orientada a não dar informações sobre o paradeiro do operador.

No pedido, o MP requer a "citação por hora certa", modalidade introduzida no Código de Processo Penal (CPP). Segundo o MP, essa modalidade "é utilizada quando há suspeita de que o réu vem se ocultando com o objetivo de não compor a triangulação processual penal. Para tanto, age de forma maliciosa, no sentido de que a conduta realizada pelo citando é deliberada para turbar o regular trâmite processual", diz a petição.

A TV Globo apurou que na "citação por hora certa" se dá quando o juiz autoriza o oficial de Justiça a ir ao local onde estaria o réu, em hora determinada, deixando avisado aos moradores locais previamente sobre o procedimento, para que o réu esteja presente na hora e local estipulados em petição. Na prática, uma espécie de última chance para que ele se apresente no processo a que responde.

Se isso não ocorrer, o MP pede a prisão preventiva. "Por fim, caso não se logre êxito na citação pessoal (real) do réu, em razão da efetiva manobra empreendida e, tendo em vista a presença de elementos de autoria e materialidade de crime doloso com pena superior a 4 (quatro) anos de reclusão, manifesta-se o Ministério Público Federal, desde já, ocorrendo a hipótese supramencionada (fato novo), para que seja decretada, inclusive ex officio, a prisão preventiva de Sidney Noberto Szabo", diz o documento.

O juiz do caso é da 12ª Vara da Justiça Federal, Marcus Vinicius Reis.

Processo

O processo em questão, no qual há dificuldades para localizar Sidney Szabo, foi aberto no início de abril. O juiz federal Marcus Vinicius Reis, da 12ª Vara da Justiça Federal em Brasília, aceitou denúncia por organização criminosa contra Szabo e amigos do presidente Michel Temer, como o advogado José Yunes, ex-assessor da Presidência, e o coronel aposentado da Polícia Militar de São Paulo João Baptista Lima Filho.

Eles foram acusados de integrar o grupo que ficou conhecido como o "quadrilhão do MDB". Segundo o Ministério Público Federal, o grupo cometia crimes contra empresas e órgãos públicos.





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